Básico como o ingrendiente homenageado pelo enredo, mas bem temperado. Assim foi o desfile da Nenê de Vila Matilde em seu retorno ao Grupo Especial. Com o enredo, “Salis Sapientae – Uma História do Mundo!", a escola abriu o segundo dia de desfiles do carnaval de São Paulo com a história do sal. A escola fez um desfile tecnicamente correto e fechou a apresentação dentro do tempo regulamentar.
A colocação de um destaque no topo do carro abre-alas atrasou em mais de 40 minutos a entrada da escola no sambódromo. A agremiação entrou na passarela às 23h10 e terminou o desfile às 24h14.
Apesar da simplicidade em parte das fantasias e alegorias, a comunidade da Zona Leste cumpriu a promessa de fazer um "carnaval de superação" no desfile que homenageou Alberto Alves da Silva, o Seu Nenê, fundador da escola, baluarte do samba paulistano, que morreu em outubro do ano passado, aos 89 anos, após complicações pulmonares.
A escola foi muito aplaudida em sua passagem pela avenida.
O luxo marcou presença na fantasia da madrinha da bateria. Angela Bismark desfilou com uma coroa de 3 mil cristais, avaliada em R$ 20 mil. Melissa Pereira veio como rainha.
A escola também chamou a atenção por trazer destaques com um seio de fora, em sua maioria atrizes.
Estátua de sal
A azul e branco entra na Avenida com mais de 3.200 componentes, divididos em 26 alas.
A comissão de frente formada por integrantes de uma companhia de teatro usou efeitos especiais para lembrar a destruição de Sodoma e Gomorra. Deborah Xavier Caetano, rainha da corte do carnaval paulistano do ano passado, veio fantasiada de mulher de Ló que, segundo o relato bíblico, desumpriu ordens e, olhando para trás, se transformou em estátua de sal. Durante a apresentação, Deborah subia até um tripé e uma fumaça promovia a troca de posição com uma atriz que surgia toda de branco, representando a condenação divina imposta à mulher de Ló.
O abre-alas trouxe a tradicional águia, símbolo da escola, e exaltou a pureza do sal e sua partícula, que nas lentes de um microscópio tomam forma de cristal. A águia tinha movimentos mecanizados.
O desfile também fez referência ao descobrimento do sal pelos povos primitivos, que aprenderam a temperar a carne da caça após o descobrimento do fogo.
O carnaval da Nenê mostrou ainda o sal na China e o nascimento do termo salário, que vem da Roma antiga. O coliseu aparece estampado em um tecido importado de 214 m².
O setor “Sal demais faz mal” trouxe alas com fantasias com cores mais escuras e adereços indicando os problemas que o sal pode causar ao coração.
Em outro carro um alquimista gigante mecanizado mexia um caldeirão, lembrando os produtos feitos a partir do sal: cosméticos, produtos de limpeza, alimentos etc.
Os galos do quarto carro da Nenê perderam a crista durante o desfile. Resta saber se os jurados perceberam ou não.
O fundador da escola, seu Nenê, foi homenageado no último carro, em uma alegoria gigante que acenava a mão para o público.
A agremiação foi a campeã do Grupo de Acesso em 2010 e não conquista um título no Grupo Especial desde 2001.
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Intérprete
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Mestre-sala e Porta-bandeira
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Rainha da bateria
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Ala das baianas
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Abre-alas
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Bateria
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Homenagem ao fundador da escola
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Musas da escola |
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