sábado, 5 de março de 2011

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Escola da Zona Norte levou cores do Nordeste para o Anhembi (Foto: Raul Zito / G1)
Escola da Zona Norte levou cores do Nordeste para o Anhembi

Com o enredo "Oxente, o que seria da gente sem essa gente? São Paulo – capital do Nordeste”, a Acadêmicos do Tucuruvi, terceira escola a desfilar na madrugada deste sábado (5), prestou homenagem aos milhares de nordestinos que vivem em São Paulo. O desfile começou às 2h26 e encerrou às 3h29, dentro do horário regulamentar. Antes, passaram pela Avenida as escolas Tom Maior e Unidos do Peruche.

No início do desfile, o diretor de bateria da escola, Mestre Adamastor, fez um discurso contra o preconceito. A escola chegou a receber e-mails discriminatórios por causa de seu enredo no fim de 2010.

Aspectos da cultura nordestina, como o artesanato, as danças típicas, as festas populares e a culinária foram retratados no enredo do carnavalesco Wagner dos Santos, que levou 23 alas, cinco carros alegóricos e cerca de 3 mil componentes ao sambródomo.

Bonecos de barro
Com os componentes caracterizados como bonecos de barro, a comissão de frente da Acadêmicos do Tucuruvi prestou homenagem à arte do Mestre Vitalino.

O carro batizado como “Danado de Bom” levou à Avenida um Luiz Gonzaga com cerca de 7 metros de altura.

Outra alegoria mostrou a capital paulista como uma colcha de retalhos. Prédios famosos da cidade como o Copan, o Banespa e o Museu de Arte Moderna de São Paulo (Masp), receberam cores e estilos da cultura do Nordeste.

À frente da bateria da escola da Zona Norte da capital paulista, a dançarina Sheila Mello, madrinha pela terceira vez consecutiva, chamou a atenção durante o desfile. Neta de nordestinos, ela dedicou o desfile aos avós.

O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Robinson Silva e Thaís Paraguassú, representaram a diversidade do Nordeste com fantasias confeccionadas com palha, corda e outros materiais alternativos. Já a ala das baianas homenageou o camdoblé.

O samba-enredo da Acadêmicos, cantado pelo intérprete Fredy Viana, começa com “sou cabra da peste, vim lá do nordeste”. Na bateria, o mestre Adamastor e seus 280 ritmistas deram um tom nordestino ao ritmo do samba.

A Tucuruvi subiu para o Grupo Especial do carnaval de São Paulo pela primeira vez em 1987. Após quedas e ascensões, voltou à elite do samba paulistano em 1998. Sem nenhum título ainda, a escola alçandou a oitava colocação no ano passado.

Sheila Mello é destaque da Acadêmicos do Tucuruvi (Foto: Raul Zito/G1)Sheila Mello é destaque da Acadêmicos do Tucuruvi (Foto: Raul Zito/G1)

'Polêmica acabou'
Após um desfile que correu bem, sem grandes problemas, o presidente da Acadêmicos do Tucuruvi, Hussein Abdo El Selam, conhecido como Jamil, disse que a polêmica sobre o tema do enredo da escola acabou.

“A polêmica acabou, não pode haver preconceito no Brasil, somos todos brasileiros, nordestinos e paulistas”, disse Jamil. O presidente também se mostrou satisfeito com o desfile da Tucuruvi, após ter perdido pontos em evolução no ano passado. “A escola veio sem erros, sem correria.”

Veja vídeos do desfile da Acadêmicos do Tucuruvi

Carro Abre-alas

Comissão de Frente

Mestre-Sala e Porta-Bandeira

Bateria

Intérprete

Baianas

Rainha da Bateria

Musas

Madrinha da Bateria

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